Donald Trump passou por momentos constrangedores ao ligar para a viúva de um soldado americano morto em uma emboscada no Níger para prestar suas condolências. Segundo a esposa do militar, o presidente não conseguiu lembrar do nome de seu marido e a fez chorar.
Myeshia Johnson, casada com o sargento La David Johnson, também afirmou que Trump teria dito que o militar “sabia ao que estava exposto quando se alistou”. As declaraçães foram dadas pela americana a um programa da emissora ABC.
“Sim, o presidente disse que ele (meu marido) sabia ao que estava exposto quando se alistou, mas que era doloroso de qualquer jeito (…¦) Isso me fez chorar porque estava muito aborrecida com o tom de sua voz e como disse isso”, afirmou Myeshia.
A viúva, grávida do terceiro filho do casal, disse que percebeu que o presidente não conseguia lembrar o nome de seu marido e que isso a machucou muito.
“Se meu marido estava lá fora, lutando por nosso país e arriscando sua vida por nosso país, por que ele não conseguia lembrar do nome dele?”, disse. “Isso me fez chorar mais ainda porque meu marido era um soldado maravilhoso”, acrescentou.
O presidente respondeu às acusaçães imediatamente no Twitter, negando que tenha esquecido o nome do militar falecido.
“Tive uma conversa muito respeitosa com a viúva do sargento La David Johnson, e mencionei seu nome desde o início, sem hesitar!”, assegurou.
As acusaçães de que Trump havia desrespeitado a esposa do sargento Johnson foram feitas ainda na semana passada, pela congressista Frederica Wilson. A democrata é amiga da família de Myeshia e estava ao lado da mulher quando ela recebeu a ligação do presidente. A controvérsia sobre o telefonema de condolências cresceu com o passar dos dias e Trump chegou a chamar a congressista Wilson de “louca”. Além disso, o chefe de gabinete da Casa Branca, o general reformado John Kelly, defendeu Trump e se disse “estupefato e decepcionado” pelas críticas que estava sofrendo.
As denúncias de Wilson só foram comprovadas pelo depoimento de Myeshia, dado nesta segunda-feira. O sargento La David Johnson morreu este mês em uma emboscada no Níger junto com outros três militares americanos. A patrulha conjunta sofreu em 4 de outubro um ataque de um grupo extremista na fronteira com o Mali. Além dos quatro soldados americanos, outros quatro do Níger morreram.
Um oficial do Pentágono anunciou nesta segunda que, apesar do ataque contra os militares americanos, o Exército dos Estados Unidos manterá suas operaçães no Níger.
Segundo o general Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto, os americanos contam atualmente com 800 funcionários militares no país africano, sua maior presença na África subsaariana. Eles se dedicam a trabalhos de apoio e treinamento do Exército nigerino na luta contra insurgentes.