Em 2002, o caso Suzane Richthofen abalou o Brasil. Após uma breve investigação, o brutal homicídio de Marísia e Manfred Albert Von Richthofen foi solucionado: o casal rico morreu devido a um plano estruturado pela própria filha.
Suzane Richthofen, enquanto processava os planos de assassinato, alegou que seu pai a abusava sexualmente desde os 14 anos. Seu namorado e cúmplice do assassínio Daniel Cravinhos, disse que Manfred Albert Von Richthofen tinha uma amante e que Marísia estava tendo um caso com uma amiga.
O interesse público pelo caso foi tão grande que a rede TV Justiça considerou transmitir o julgamento ao vivo.
Emissoras de rádio e TV e os fotógrafos foram até autorizados a gravar e transmitir sons e imagens dos momentos de abertura e encerramento, mas o parecer final negou a autorização.
Cinco mil pessoas se inscreveram para ocupar uma das oitenta cadeiras disponíveis na audiência, fator que congestionou o site do Tribunal durante um dia inteiro. Suzane e Daniel Cravinhos foram sentenciados a 39 anos e 6 meses de prisão. Cristian Cravinhos foi sentenciado a 38 anos e 6 meses de prisão.
Mas, afinal, quem foi Manfred Albert Von Richthofen?
Manfred Albert von Richthofen (3 de fevereiro de 1953 – 31 de outubro de 2002) foi um engenheiro brasileiro nascido na Alemanha, casado com a psiquiatra Marísia von Richthofen.
Do lado paterno, Manfred declarava pertencer a uma antiga família nobre germânica, von Richthofen. A família perdeu grande parte de seus bens e influência principalmente com a queda do Império Alemão em 1918 e o emblemático envolvimento de sua nação na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Manfred mudou-se para o Brasil após uma oferta de emprego.
O parentesco de Manfred com a família aristocrática von Richthofen, embora afirmado e amplamente divulgado pela imprensa nacional e internacional, tem sido contestado por estudiosos germânicos e pela imprensa. De acordo com a nota de casamento de Manfred Albert Von Richthofen publicada em um jornal seu pai era Joachim Hermann Oskar von Richthofen.
Segundo um amigo pessoal, Manfred não era uma pessoa extrovertida, mas tinha um bom senso de humor, era muito inteligente e cuidava da educação dos filhos.
A Família de Manfred Albert Von Richthofen
Manfred Albert Von Richthofen conheceu Marísia Abdalla, uma estudante de medicina dos anos 1970 de ascendência portuguesa e libanesa, na universidade de São Paulo. O casal que dizem ser muito cuidadoso, teve dois filhos: Suzane Louise von Richtofen (3 de novembro de 1983) e Andreas Albert von Richtofen (26 de abril de 1987).
Trabalhava na Dersa desde novembro de 1998 e era diretor de engenharia da empresa desde junho de 2002. Como funcionário desta empresa, participou da obra do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, rodovia que margeia a cidade e liga vários rodovias.
Manfred Albert Von Richthofen recebia onze mil reais por mês da estatal, mas era dono de uma propriedade por causa da família. Marísia, administradora de um consultório psiquiátrico, obtinha cerca de vinte mil reais em consultas. A fortuna de Manfred foi avaliada em cerca de 11 milhões de reais, no valor de hoje.
Em julho de 2006, o Ministério do Estado de São Paulo reabriu uma investigação sobre a propriedade da família e o suposto enriquecimento ilícito de Manfred das obras do trecho oeste do Rodoanel. O dinheiro iria para sua conta na Suíça e iria para Suzane. O caso foi investigado pela primeira vez em 2004, mas foi considerado inconclusivo. A nova investigação foi conduzida sob sigilo judicial e em 2015 foi novamente suspensa por falta de provas.
Na Zona Sul de São Paulo, ao lado da casa onde a família morou por quase 15 anos, os quatro são muito bem lembrados. “Era a família feliz de Doriana”, diz um vizinho do casal. Os von Richthofen se mudaram da casa, avaliada em 400.000 reais, em 2000. Mas Manfred Albert Von Richthofen e seus filhos costumavam ir até a casa antiga para pegar correspondência e colher folhas do jardim. Os conflitos familiares começaram quando Suzane começou um caso com Daniel Cravinhos.
O assassinato de Manfred Albert Von Richthofen
Em 31 de outubro de 2002, Suzane abriu a porta da mansão da família no Brooklyn, São Paulo, dando aos irmãos Cravinhos (Cristian e Daniel) acesso às suas casas. Eles então subiram ao segundo andar da propriedade e com marretadas na cabeça, mataram Manfred e Marísia.
Manfred Albert Von Richthofen foi assassinado em 31 de outubro de 2002, aos 49 anos, pelo namorado de sua filha, Suzane, que o golpeou com uma barra de ferro enquanto ele dormia. O crime e a investigação que se seguiu ficaram conhecidos como “Caso Richthofen”. Sua esposa também foi morta no mesmo incidente.
Eles estacionaram seus carros na garagem por volta da meia-noite. Segundo a polícia, as barras usadas no assassinato já estavam no carro. Os meninos usavam blusas e meias para que os pelos não caíssem pela casa, já que é um material que a polícia poderia usar para provar um crime. Suzane abriu a porta, subiu as escadas e acendeu a luz do corredor para que os irmãos pudessem ver o quarto. Marísia e Manfred estavam dormindo. A estudante separou sacos de lixo e luvas cirúrgicas, que eram usados por sua mãe, psiquiatra.
Os irmãos armados com barras de ferro entraram em seus quartos. Daniel ia em direção ao engenheiro Manfred Albert Von Richthofen, enquanto Cristian ia em direção a Marísia. Eles foram golpeados na cabeça. Manfred faleceu na hora.
Não se sabe ao certo onde Suzane estava na casa durante o crime e se mais tarde viu os cadáveres de seus pais. De acordo com a reconstituição do crime, ela ficou no térreo, onde aproveitou para roubar o dinheiro guardado em uma pasta de couro codificada na casa. Suzane abriu a mala, já que sabia o segredo, porém Daniel cortou a pasta com uma faca para forjar um roubo de 8.000 reais, 6.000 euros e 5.000 dólares.
Eles também abriram o cofre do casal que tinha joias e um revólver no quarto. Os acusados espalharam joias no chão e deixaram a pistola intacta ao lado do corpo do engenheiro. As barras ensanguentadas foram lavadas na piscina, e tudo usado no crime foi colocado em um saco de lixo, e os três até trocaram de roupa.
Os dois foram sepultados em 1º de novembro de 2002 no cemitério Redentor, na zona oeste de São Paulo. A filha de Manfred, Suzane, que com seu namorado e cunhado planejavam matar seus pais, foi julgada e condenada a 39 anos de prisão.
Fonte: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/quem-eram-manfred-e-marisia-von-richthofen