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Período eleitoral esfria mercado publicitário no Brasil, diz associação

Cinquenta minutos à tarde e 50 minutos à noite. Ao todo, o horário eleitoral gratuito nas Eleiçães 2014 dura 1h40, tempo suficiente para o esfriar o mercado publicitário audiovisual brasileiro …− isso sem contar a propaganda política no rádio.

Embora a nova lei que regulamenta o setor audiovisual no país, sancionada em 2011, tenha aumentado a demanda por conteúdo nacional nos últimos anos, durante este período eleitoral muitas produtoras “estão matando cachorro a grito”, disse Sónia Regina Piassa, diretora-executiva da Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais, cujas 117 associadas representam cerca de 80% do faturamento do setor, em publicidade.

Isso acontece, em grande parte, devido à redução dos espaços para veicular anúncios na TV aberta. “Quase não tem filme publicitário no mercado”, disse Sónia ao Yahoo Brasil. “Não é crise, mas não tem espaço pra comprar na emissora, tem menos tempo disponível.”

Ela relatou ter constatado essa percepção em conversas recentes com representantes do setor. Sónia disse que, no geral, esses espaços na TV aberta foram reduzidaos em 3h por dia, porque, além de 1h40 de propaganda obrigatória, muitos candidatos também divulgam seus vídeos fora do horário gratuito. “Durante o dia, na programação, tem política também, então diminuiu muito o trabalho das produtoras.”

Ainda não há dados fechados sobre essa desaceleração, mas em 2010, segundo Sónia, a publicidade no período eleitoral caiu “no mínimo” 50% e há indicativos de que o cenário possa se repetir neste ano.

Apesar de o cenário estar relacionado à falta de espaço para veiculação na TV aberta, isso afeta também a TV paga e as campanhas virais de Internet, porque, como o mercado audiovisual no Brasil é “muito caro”, muitas vezes o anunciante acredita que simplesmente não vale a pena produzir peças apenas para essas duas mídias, que ainda têm um alcance mais moderado do que os canais abertos.

“A produção é cara no Brasil, não justifica fazer só pra Internet”, disse a executiva.

O caso é ainda mais crítico considerando a produção de filmes para propaganda política. Em alguns casos, muitos candidatos, ao não se elegerem, acabam atrasando muito o pagamento ou simplesmente não pagando as produtoras. Sónia não quis citar casos específicos, e acrescentou, inclusive, que boa parte das filiadas da Apro evitam campanha políticas, mas afirmou que esse calote é comum.

Uma boa notícia para o setor é que, após as eleiçães, já começa a temporada de compras de fim de ano, período de aquecimento da economia nacional, principalmente do comércio, representando boas oportunidades para as produtoras. Além disso, o mercado acabou de passar pelo “boom” da Copa do Mundo. “Não estava ruim antes das eleiçães, porque teve Copa, e agora temos a época de final de ano, o Natal.”

Somando a produção de anúncios publicitários e de cinema, o setor movimentou R$ 3,5 bilhães de reais em 2013, disse Sónia.

Fonte: Yahoo!

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