O vereador de Diadema Atevaldo Leitão (PSDB) pretende reanimar o debate em torno de um dos projetos mais polêmicos desta legislatura: a proposta de redução no número de vereadores, das atuais 21 cadeiras para apenas 11. A iniciativa foi apresentada no ano passado, logo após a Câmara revogar aumento de 40% que havia sido concedido aos parlamentares que assumissem os cargos em 2017.
Atacado pelos próprios colegas de tribuna como “oportunista”, Leitão não se intimida e diz que vai continuar encampando a bandeira de redução do número de vereadores. “É claro que precisa trabalhar, mas em algum momento, a gente vai apresentar novamente”, garantiu. “Não queria causar muita tensão nesse projeto, mas pensei que os meios de comunicação iam dar muita ênfase e pensei que a sociedade ia apoiar”, afirmou.
Na ocasião em que os vereadores aprovaram aumento de 40% para os vencimentos da próxima legislatura, movimentos da sociedade organizada realizaram protestos e conseguiram que os parlamentares revogassem a lei. “A maioria daquelas pessoas que foram lá (nos protestos) tentou criar uma bandeira em cima dos vereadores. Não que não fosse justo. Refletimos e voltamos atrás. Porém, não encamparam a redução (de cadeiras). Se tiver 300 pessoas pedindo por esse projeto, duvido que não votem”, avaliou.
Leitão chegou a espalhar diversos outdoors pela cidade em referência ao projeto, que ainda não foi submetido a nenhuma votação. “Acho que é oportuno. Não sei se volta, não dá tempo (de mudar) para a próxima legislatura. Porém, se eu for vereador na próxima, volto com ele, com mais força e não na condição de suplente”, explicou. O tucano é suplente do também vereador José Augusto da Silva Ramos (PSDB), secretário de Saúde da cidade.
Liderança Líder do governo Lauro Michels (PV) desde o início de 2015, Atevaldo Leitão afirmou que espera um ano duro. Sem maioria na Câmara …− apenas dez vereadores, oficialmente, compãem a base de apoio do prefeito …− o parlamentar acredita que os ânimos serão exaltados por conta da proximidade com a eleição municipal, em outubro. “A oposição tem uma postura de quanto pior melhor, isso está nítido pelo trabalho que vêm fazendo”, relatou. “O governo faz avaliação de que não vai ter nenhum impacto negativo maior, tendo em vista que tudo já foi feito. Os projetos mais difíceis já foram votados”, afirmou.
Questionado sobre a aprovação da lei das Organizaçães Sociais (Oss), que permitiu passar para instituiçães sem fins lucrativos os serviços de saúde da cidade, e que foi conseguida após grandes conflitos na Câmara, mas cuja mudança não foi colocada em prática quase um ano após a votação, o tucano afirmou que, ainda que as alteraçães sejam implementadas na próxima gestão, a cidade é a grande beneficiada.
“É uma chance da SPDM (Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina, que já administra alguns equipamentos no município) ser regularizada”, afirmou.
A prefeitura alega não ter recursos para indenizar os mais de 800 funcionários para poder trocar o sistema. O passivo trabalhista estimado, em maio de 2015, era de R$ 40 milhães.