/Corpos de 92 imigrantes que morreram de sede são encontrados no deserto do Níger

Corpos de 92 imigrantes que morreram de sede são encontrados no deserto do Níger

Autoridades levaram semanas para descobrir a tragédia; entre os mortos estavam 52 crianças e 33 mulheres.

Noventa e dois imigrantes africanos tentando escapar da pobreza encontraram um triste fim no deserto, morrendo de sede sob o forte sol depois que seus caminhães quebraram no Níger, não muito longe da fronteira com a Argélia, informaram autoridades nesta quinta-feira (31).

As autoridades demoraram semanas para descobrir a tragédia e enviar equipes de busca para a distante localidade no Deserto do Saara, onde encontraram uma cena desastrosa. Entre os mortos estavam 52 crianças e 33 mulheres.

“Foi horrível. Encontramos corpos em decomposição e outros comidos por chacais”, disse Almoustapha Alhacen, o chefe de uma ONG do norte do Níger que ajudou a enterrar os corpos nesta quarta-feira. “Encontramos corpos de crianças pequenas amontoados ao lado de suas mães mortas.”

As vítimas estava espalhadas em um raio de 20 quilómetros, o que sugere que elas foram ordenadas a continuar o caminho a pé, mas não conseguiram seguir em direção à fronteira da Argélia, localizada a apenas 10 quilómetros do local.

A tragédia é o mais recente episódio a trazer à tona os perigos da imigração ilegal. No início de outubro, ao menos 365 imigrantes se afogaram em 3 de outubro após um naufrágio perto da ilha italiana de Lampedusa, que é mais próxima da África do que do continente europeu.

Os migrantes no Níger iniciaram sua jornada no final do mês passado em dois caminhães e estavam sendo traficados para a vizinha Argélia, informou o coronel Garba Makido, governador da província de Agadez, no Níger. Da Argélia, muitos continuam esperançosos de conseguir atravessar do Norte da África para o sul europeu.

As autoridades só foram alertadas para as mortes de migrantes quando uma mulher conseguiu chegar à cidade de Arlit no início deste mês. No dia seguinte, um pai caminhando com suas duas filha também chegou. Mas as crianças morreram de sede a apenas alguns quilómetros fora de Arlit, segundo Makido. Um total de 92 imigrantes morreram e 21 sobreviveram.

“Essa é uma verdadeira tragédia”, disse. “O promotor abriu uma investigação e planejamos fazer tudo o que pudermos para encontrar os motoristas dos caminhães.”

As primeiras notícias sobre a tragédia foram divulgadas na segunda-feira, quando as autoridades afirmaram que 35 pessoas morreram, mas o número de mortos aumentou quando mais corpos foram encontrados no deserto.

Fonte: IG/AP

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