Com 2,4 milhães de usuários ativos mensais no Brasil (entre os 15 milhães no mundo), o Scorp passou de um aplicativo totalmente desconhecido ao mais baixado para aparelhos Android no país na última sexta-feira.
A empresa afirma que não utilizou nenhuma ação de marketing específica para conseguir a façanha em tão pouco tempo, mas justifica o crescimento com a apresentação de uma ferramenta desenvolvida com os brasileiros em mente: o chat que oferece a possibilidade de conversar anonimamente com outros usuários.
A ironia é que a ideia do aplicativo era promover o debate entre as pessoas através dos chamados scorps, vídeos de 15 segundos sobre uma série de assuntos gravados pelos usuários, que podiam receber respostas de terceiros.
“Após uma visita em julho a São Paulo, percebi o quanto a cultura brasileira tem a mente aberta e quão fácil é estar em uma conversa com pessoas aleatórias”, conta o diretor de expansão internacional da Scorp, Sinan KeleÅŸ.
Ele diz que ao retornar à sede da empresa na Turquia, durante uma reunião para criar novidades para o aplicativo, sua experiência no Brasil foi um dos assuntos mais populares, o que deu origem à troca de mensagens anónimas.
“É um comportamento natural que tentamos implementar online. No fim, os brasileiros não gostam apenas de conversar e interagir com pessoas aleatórias offline, mas também amam fazer isso online.” Gostam tanto que o país já é o terceiro maior mercado do aplicativo, atrás apenas da Turquia e do México. Tanto que a empresa já tem escritórios em São Paulo, na Cidade do México e em São Francisco, nos Estados Unidos, além da sede em Istambul.
Criando um debate Curiosamente, o Scorp foi inspirado em um debate sobre imigração. Durante uma aula na universidade de Koç, os criadores do app, Sercan Isik e Izzet Zakuto, viram sua turma ser dividida para discutir o tópico.
A partir disso, tentaram levar a mesma estrutura para um aplicativo online de debates, no qual as pessoas poderiam conversar e conhecer gente nova.
O app foi lançado em fevereiro de 2015 com a ajuda da universidade (o próprio KeleÅŸ ainda é um estudante) e com um investimento inicial de US$ 250 mil (R$ 798 mil). Em abril do mesmo ano, já tinha mais de 500 mil scorps (como os vídeos de 15 segundos, base do aplicativo, são chamados) publicados.
Privacidade e reclamaçães Na página do aplicativo da Google Play, é comum ver reclamaçães de usuários que acusam o aplicativo de enviar solicitaçães para seus contatos no Facebook sem avisar. KeleÅŸ afirma que isso não é possível.
“Muitas pessoas no Brasil ficam confusas com a tela de convites ou não a leem adequadamente. Nós perguntamos especificamente a nossos usuários se querem convidar seus amigos. Nunca convidamos nem convidaremos os contatos de Facebook sem a permissão de nossos usuários”, afirma.