A Câmara de Diadema aprovou por 18 votos favoráveis e duas faltas (os vereadores Atevaldo Leitão/PSDB e Pastor João Gomes/PRB se retiraram na hora da votação) a venda de cerveja e chope nas dependências de estádios de futebol de arenas esportivas. O projeto é de autoria do vereador Josemundo Dario Queiroz, o Josa (PT), com colaboração dos demais parlamentares petistas.
“Hoje já existe o consumo de cervejas nos entornos. Então, é preciso que a gente tenha coragem de enfrentar a situação e regularizar. O projeto estabelece critérios (veda, por exemplo, a venda para menores de 18 anos e a entrega de garrafas) e traz comodidade maior para os frequentadores”, afirmou Josa. “A ideia é criar espaços dentro do estádio para a comercialização. Foi feito na Copa do Mundo, nos estádios da elite, por que não pode fazer nos estádios menores, nas periferias?”, questionou.
Indagado se o consumo de bebidas alcoólicas …− proibido em 2010 com a aprovação do Estatuto do Torcedor, mas gradualmente flexibilizada em todo o país desde a Copa do Mundo no Brasil, em 2014 …− nos estádios não poderia aumentar a violência, o parlamentar alega que apenas a bebida não tem esse potencial. “É preciso que se ofereçam os instrumentos de segurança adequados”, considerou.
Líder do governo na Casa, o vereador Atevaldo Leitão (PSDB) demonstrou dúvida sobre os benefícios do projeto. Antes da votação, o parlamentar afirmou que não sabia como votaria, apesar dele próprio ser adepto de uma “cervejinha” antes do jogo. “O nosso temor é que aconteça alguma coisa e aí, vão dizer que foi porque liberou”, pontuou. O prefeito Lauro Michels (PV), apesar de se declarar contrário ao consumo de bebidas alcoólicas em ambientes esportivos, mesmo que em copos descartáveis, por considerar o risco de acontecer algo muito maior, não vai vetar o projeto.
Liberado O consumo de cerveja e chope em estádios já foi liberado por meio de lei nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Rio de Janeiro. Em âmbito municipal, projetos estão sendo discutidos em cidades como Curitiba (PR), São Paulo, Piracicaba e Araraquara (SP). O Ministério Público Federal tenta proibir a venda em âmbito nacional por meio do Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda não há previsão de votação.